Publicado em Jorge Luiz Especial

PARTE 10- Cláudio Amaral, Empresário, incentivador e parceiro

Fonte: Sistema Jolusi de Comunicação. 
Texto, edição e arte: Jorge Luiz da Silva. 
Imagens: Acervo pessoal e reprodução.  
Salvador, Bahia (da redação itinerante).

Lembranças da minha trajetória musical

“Durante a minha trajetória musical também contei com o apoio de alguns empresários, produtores e divulgadores artísticos”.

Empresário, incentivador e parceiro

Meu amigo Claudio Amaral foi um dos campeões da audiência da Rádio Sociedade da Bahia, nos anos 80 e eu tive a felicidade de conhecê-lo durante a divulgação dos meus discos.

Compacto gravado em 1983. Fotos: Acervo pessoal.

Quando eu gravei um compacto duplo em 1983 ele deu a maior força, principalmente para a música de minha autoria: “Tantas Lembranças”, fazendo inclusive uma promoção ao vivo para que os ouvintes dissessem o nome do cantor oferecendo um prêmio para quem acertasse.

Cláudio Amaral perguntava também em tom de brincadeira: Será que é o Márcio Greyck?

Imagem: Montagem-reprodução.

Ele passou a apresentar uma réplica do Show do Cláudio Amaral em circos, cinemas e clubes quando acertava uma apresentação para mim.

 Viajamos algumas vezes para mostrar o meu trabalho musical nos mais diversos lugares.

E ainda nos tornamos parceiro em uma das músicas que eu gravei em 1984.

“À Procura do Amor Ideal” fez parte do LP Conselho de Amigo.

LP gravado em 1984. Imagem: Acervo pessoal.

Cláudio amaral, além de se tornar meu amigo, ainda foi meu empresário, incentivador e parceiro.

O SHOW DO CLÁUDIO AMARAL

Com informações de Marcos Niemeyer que na época atuou no Departamento de Jornalismo como redator e apresentador; e do blog Carcarejo Virtual

O Show do Cláudio Amaral era um programa que ia ao ar diariamente das quatro da tarde às sete da noite na década de 1980, entrou para a história da radiodifusão brasileira como uma das maiores audiências dos áureos tempos da Rádio Sociedade da Bahia/ Salvador, emissora pertencente na época ao empresário basco radicado no Brasil, Pedro Irujo.

Cláudio, nascido em Natal, no Rio Grande do Norte, era um comunicador típico das grandes emissoras: organizado ao extremo, disciplinado em sua jornada de trabalho, bom entrevistador, sabia, como poucos, distribuir os quadros do programa sem jogar conversa fora. Criativo, foi ao Rio de Janeiro e contratou o grupo Os Golden Boys para gravar a música de abertura e as vinhetas do programa.

Imagem: Montagem – reprodução.

OUVINTE ILUSTRE

O Show Cláudio Amaral tinha várias atrações: “Parada do Povo”, com os sucessos do momento (naquela época não havia axé, funk, breganejo ou algo de tão baixo nível sonoro como ocorre atualmente); “Parada Passada” (quando o comunicador resgatava boas músicas da Jovem Guarda, tangos, boleros e similares); “Telefone Premiado”, com a participação do ouvinte (que ganhava alguma quantia em dinheiro diante de uma pergunta difícil); “Alô Taxi”, que consistia na citação de uma placa de táxi aleatoriamente (caso o motorista do veículo estivesse ligado no programa era só passar na portaria da emissora e retirar o prêmio, geralmente, um disco de vinil) além de outras atrações e participação das equipes de esporte e jornalismo para garantir a audiência de quase 100 por cento.

Outro grande momento do programa ficava por conta da “Oração da Ave Maria”, às seis da tarde, rezada de viva voz pelo “speaker”. Uma de suas mais ilustres ouvintes era Dona Canô, mãe de Caetano, Bethânia e de Mabel Veloso (respeitável professora da rede estadual baiana, cordelista e poetisa de versos acima de qualquer suspeita).

A simpática e saudosa senhora acompanhava diariamente a atração através de um radinho Mitsubishi antigo (daqueles de capinha de couro e sintonia fina) em sua cidade natal, Santo Amaro, no Recôncavo Baiano

Foto: memória do radiobaiano.blogspot.com

VITÓRIA DAS GALINHAS

Como o tempo se encarrega de modificar tudo, Cláudio Amaral deixou a Rádio Sociedade da Bahia no inicio da década de 90. Tentou levar o consagrado programa para outras emissoras de Salvador. As incursões não surtiram o efeito esperado. O AM já começava a dar sinais de cansaço diante da proliferação das FMs popularescas.

Visionário, percebendo o início do fim da era dos grandes comunicadores radiofônicos, Amaral bateu em retirada voltando para o Rio Grande do Norte. A última notícia que tivemos dele, há mais de dez anos, é o que o mesmo havia se transformado num megaempresário do ramo granjeiro. O rádio perdeu, as galinhas ganharam. Dez a zero para as penosas.